Você acha que DDD é tipo uma mágica que resolve todos os seus problemas? Calma lá. Muita gente pensa que é só jogar DDD e pronto, mas na real, muitos nem sabem diferenciar uma entidade de um DTO.
O Domain-Driven Design é uma salvação?
DDD apareceu como uma moda pra resolver problemas de desenvolvimento. Dizem que, se você fizer certinho, seu design vai entender o domínio como se você lesse a mente do cliente.
É fato: equipes dedicadas se esforçam pra não liberar bug atrás de bug. Metodologias ágeis, Scrum, XP… tudo isso tentando convencer que testar resolve tudo. Mas mesmo que seu software esteja limpo, não quer dizer que o design não seja um monstro genérico.
Todo software tem uma arquitetura, goste você ou não. Pode ser incrível ou um caos total, mas sempre existe. Você pode ignorar, esconder, chamar de "orgânica" ou "emergente", mas ela é um Frankenstein de decisões ruins que não para de te assombrar.
Entregar sem bugs é bom. Mas entregar um código bem estruturado, que reflete o domínio e tem as regras de negócio certas, traz resultados a longo prazo. Facilita mudanças, acelera novas funcionalidades e faz o software durar mais.
O que é DDD?
DDD não é um framework legal que você instala com npm install ddd
. É um conjunto de práticas pra modelar sistemas complicados. O objetivo é acelerar o desenvolvimento de software que lida com processos de negócio complicados.
Em essência, DDD é sobre se reunir, discutir e ouvir, pra juntar todo conhecimento disperso entre gerente, analista e estagiário.
O que não é DDD?
DDD não é uma linguagem de programação. Não importa se é C#, Java, Python ou Delphi. Também não é uma arquitetura em camadas complexa.
Não é um processo engessado: DDD não segue regras rígidas. Você pode aplicar como for melhor pro seu time, sem seguir checklists complicados.
Por que usar DDD
Se DDD fosse um lugar, seria uma viagem sem fim: o domínio muda todo dia e seu software deve acompanhar. Na prática, faz você conversar com os domain experts (quem realmente entende do negócio) e criar uma "linguagem ubíqua" pra não enrolar no código.
Domain Expert
É quem entende de verdade do negócio no mundo real, não um arquiteto de software que vive só no código. Chama os domain experts e o código vai falar a mesma língua do negócio.
Uma jornada de descobertas
Ninguém sabe tudo desde o começo. Você e o domain expert vão se perder nos detalhes, achar que inventaram a roda, mas depois perceber que já existia. É um processo de ajuste e refinamento.
Pilares
Os fundamentos do DDD são Linguagem Ubíqua e Bounded Contexts, inseparáveis como café e bolo. A linguagem ubíqua define os contextos; os contextos definem os termos.
Linguagem Ubíqua
É a "linguagem do time". Desenvolvedores pensam em classes e métodos; domain experts pensam em "cliente faz isso, fornecedor faz aquilo". Todo mundo usa a mesma linguagem. Evolui conforme o software muda.
Bounded Context
Cada parte do seu domínio tem seu próprio significado pra cada termo. Não use Customer
em todo lugar como se fosse a mesma coisa.
Bounded Context é um padrão central no DDD. É o foco da parte estratégica do DDD e é sobre lidar com grandes modelos e times. DDD lida com grandes modelos dividindo em Contextos Delimitados e sendo claro sobre suas relações.
- Martin Fowler
Modelagem Estratégica – Identificar e Mapear os Bounded Contexts
Pega um quadro branco ou mesmo um paint no Windows e rabisca seu Context Map. É o mapa do time. Mostra quem fala com quem atualmente, não a visão do futuro. Vai atualizando, ou vira um item de museu.
Relacionamentos entre Contexts
- Shared Kernel: todo mundo compartilha certas partes. Se mudar ali, todo mundo sente.
- Customer-Supplier: quem manda e quem obedece.
- Conformist: quem aceita as regras do outro, mesmo se forem ruins.
- Partner: parceria próxima entre dois times.
- Anticorruption Layer: proteção contra mudanças do outro lado.
Evite o Big Ball of Mud
O tal do caos: limites borrados, tudo misturado. Ninguém entende nada e todo mundo evita. Pra não acontecer isso:
- Não crie um modelo monolítico.
- Cuide dos nomes e significados em cada contexto.
- Aceite que termos podem ter significados diferentes em contextos diferentes.
Resumo
DDD não é mágica, não é uma arquitetura complexa, não é receita pronta. É sobre negócio. Se você acha que entende tudo porque sabe empacotar JSON, reveja seus conceitos.
Se alguma vez já se perguntou:
- Qual é meu papel de verdade aqui?
- Pra que essa empresa existe além de café grátis?
- Pra onde vão meus relatórios?
Tá no caminho certo pra entender e modelar bounded contexts com dignidade.
Lembre-se: software é meio, não fim. Antes de se envolver em abstrações, entenda o domínio ou prepare-se para enfrentar o Big Ball of Mud.
Referências
- Bounded Contexts - Martin Fowler
- Domain-Driven Design - Eric Evans
- Implementing Domain-Driven Design - Vaughn Vernon
- DDD Community
Conteúdo revisado em 05/2025