A partir daqui o livro começa a ficar morno. A volta de Bill configura uma nova dinamica na empresa e um ponto de virada na história.
Outras capitulos:
- Capitulos 1 ao 3
- Capitulos 4 ao 7
- Capitulos 8 ao 12
- Capitulos 13 ao 16
- Capitulos 17 ao 21
- Capitulos 22 ao 29
- Capitulos 30 ao 35
- Analise geral do livro
Nem todos estão disponiveis ainda.
Capitulo 17
Após sua demissão Bill tem curtido a familia. Ao quarto dia ele está passando um dia tranquilo com seu filho Grant, observando trens. Porém, começa a receber ligações dos seus ex-colegas de trabalho, Patty e Wes. Eles estão em choque e frustrados ao decobrir que Bill pediu demissão e comentam que a empresa se encontra um caos após sua saída. Mesmo ciente das dificuldades enfrentadas por eles, Bill tenta não se envolver, dizendo que a situação não está mais sob seu controle.
No mesmo dia, Steve, entra em contato com a esposa de Bill. Paige, interpela a favor de Steve para que dê outra chance e ouça o que Steve tem a dizer. E faz isso alertando as as dificuldades financeiras que enfrentarão se ele não voltar a trabalhar. Bill então liga para Steve. Nessa ligação, Steve admite que errou em sua gestão e pede que ele retorne ao seu cargo de vice-presidente de Operações de TI. E oferece um pacote de indenização de um ano se ele decidir ir embora após 90 dias.
Capitulo 18
Na manhã seguinte, Bill volta ao trabalho e vai direto para uma reunião de liderança com Steve. Na reunião, ele se depara com seus colegas, Chris, Wes e Patty. Steve chega e cumprimenta todos calorosamente, mostrando-se grato pela presença do Bill. Erik, também está presente nessa reunião.
Steve inicia a reunião assumindo a responsabilidade pelos problemas recentes da empresa, incluindo o desastre do Fênix, problemas de auditoria, faturamento de clientes e falhas no inventário. Ele expressa sua percepção sobre a importância do departamento de TI na empresa e confessa que suas ações agravaram a situação. Ele se desculpa, especialmente com Bill, admitindo que ignorou seus conselhos, e reconhece que precisa da colaboração e confiança de todos para superar os desafios à frente.
Steve fala sobre a importância de ter uma equipe em que todos confiam uns nos outros e propõe uma dinamica para grupo. Ele pede a todos que compartilhem um pouco sobre si mesmos, apesar do desconforto ele mesmo começa a compartilhar sobre sua própria vida, mencionando que vem de uma família pobre e foi o primeiro a ir à faculdade. Além disso revelou que trabalhaou em uma mina de cobre para pagar a universidade, sua entrada no exército dos EUA onde descobriu sua paixão pela logística e a dura crítica que recebeu por ser um mau líder no exército. Ao sair do exércicito ele recebeu um feedback que embora tivesse atingido suas metas, se houvesse um premio de babaca da década, certamente seria dele. Ninguem queria trabalhar com ele.
Capitulo 19
A reunião continua com os outros líderes compartilhando um pouco de suas histórias. Steve antes do almoço percebe que esqueceu de chamar John para a reunião. Então a reunião tem uma breve pausa e retoma com a presença dele.
O grupo concorda que, atualmente, eles não fazem nenhuma análise de capacidade e demanda antes de aceitar um novo projeto, o que leva a aplicações frágeis na produção e mais trabalho não planejado. Erik, um membro da equipe, chama isso de "dívida técnica" e argumenta que o custo dessa dívida é alto, pois o trabalho não planejado vem à custa do trabalho planejado. A reunião termina com um entendimento compartilhado dos problemas que a TI está enfrentando.
Bill propõe a ideia de congelar todos os projetos, exceto para o projeto Fênix. A ideia é recebida com descrença, mas Erik a apoia, e ajuda a convencer Steve que isso pode dar certo.
No entanto, Steve argumenta que a sobrevivência da empresa está em jogo e que eles precisam retomar a competitividade. Ele sugere que eles tentem a nova abordagem por duas semanas e avaliem se faz diferença no progresso do Fênix.
Capitulo 20
A equipe de Bill reconhece que o "congelamento do projeto" aumentou o foco e a produtividade, mas também levou a conflitos e pressão de outras partes da empresa. Patty, uma colega, expressa preocupação sobre o que acontecerá quando o congelamento do projeto terminar e todas as outras demandas de trabalho retornarem.
Wes e Patty discutem como a equipe prioriza seu trabalho atualmente, com Wes afirmando que ele confia que seus funcionários são inteligentes e tomem a decisão correta com base nos dados que possuem. No entanto, Bill questiona a base para essas decisões e expressa preocupação de que, sem o congelamento do projeto, não haveria uma maneira eficaz de priorizar o trabalho e garantir que ele seja feito.
Depois da reunião, Bill decide ligar para Erik para discutir suas preocupações sobre o que acontecerá quando o congelamento do projeto terminar. Erik parabeniza Bill por ter implementado a restrição e protegido o trabalho, mas também aponta que Bill não sabe como o trabalho é realmente feito. Ele sugere uma visita à fábrica MRP-8.
Bill se encontra com Erik para discutir o fluxo de trabalho. Apesar de algumas confusões e mal-entendidos, eles eventualmente concordam que um dos principais gargalos é Brent, que parece ser indispensável para uma série de tarefas. Erik explica que Brent é uma "restrição" porque sua ausência causaria atrasos significativos nos projetos. Ele sugere Bill comece a padronizar o trabalho de Brent, para que outros possam executá-lo e o trabalho não dependa mais tanto dele. Erik também aponta que a organização precisa identificar quais projetos requerem Brent e quais não, para evitar a sobrecarga de Brent. A conversa termina com Bill tendo que encontrar uma maneira de determinar quais projetos necessitam de Brent.
Erik, destaca a importância do projeto de monitoramento que não requer a participação de Brent. Esse projeto visa prevenir interrupções, reduzindo a necessidade de Brent e aumentando a eficiência geral.
Quando Bill pergunta sobre a importância de outros projetos urgentes, Erik questiona se esses projetos aumentam o fluxo de trabalho, a estabilidade operacional, ou a capacidade de Brent. A conclusão é que muitos destes projetos apenas sobrecarregam a equipe e não contribuem para a melhoria geral da organização. Portanto, a prioridade deve ser dada aos projetos que promovem eficiência e melhoria contínua.
Capitulo 21
Bill participa da reunião da auditoria, uma reunião politica e complexa. O conselho da empresa, liderado por Dick, está tentando convencer os auditores externos que as discrepâncias encontradas são frutos de mal-entendidos. John, aparenta estar extremamente nervoso.
Após cinco horas de reunião, tudo indica que as questões em potencial podem ser rapidamente resolvidas. Bill fica surpreso com o resultado, exceto Erik, que já estava esperando por isso.
John, no entanto, parece perturbado, a ponto de Bill perceber sua inquietação. John, revela a Bill sua frustração e cansaço em relação à postura da organização com segurança da informação, alegando que seus esforços para implementar medidas de segurança não são valorizados. Ele argumenta que os auditores deveriam ser mais rigorosos, pois existem problemas importantes de segurança que estão sendo ignorados.
Erik, vendo John se queixar a Bill repreende John, alegando que seu foco excessivo em questões técnicas está prejudicando o objetivo principal da empresa, diz que ele é sadico e interfere no trabalho de todo mundo apontando problemas e intimidando a todos a fazerem aquilo que ele diz. Enquanto a empresa precisa sobreviver, John está jogando contra atrapalhando a todos a percorrer esse objetivo. Erik diz que a segurança eficiente deve proteger os dados durante a criação do produto, e não depois que o produto já está em produção.
Analise
Os temas desses capitulos incluem liderança, gestão de crises, comunicação e confiança. Nesta fase da história, todos os problemas já foram apresentados, e os personagens começam a caminhar em direção às soluções. No entanto, a jornada não se configura como uma descoberta, pois Erik, de algum modo, atua como um guia semiespiritual, sempre trazendo as respostas. Para ilustrar já ouviu a história dona de casa que comprava mistura de bolo, à qual não precisava acrescentar nada? No entanto, isso a deixava insatisfeita, então a empresa alterou a receita para que ela precisasse adicionar um ovo, tornando o produto um grande sucesso de vendas. Erik desempenha um papel semelhante na história: ele deixa as respostas quase ao alcance, na ponta da língua dos personagens.
Os capítulos anteriores estabeleceram Steve como um problema para a empresa. E agora, de maneira um tanto súbita, ele se torna um agente ativo na solução dos problemas corporativos. Em um espaço de tempo relativamente curto, ele passa a compreender que terceirizar a TI inteira é um tremendo equivoco, bem como percebe que se não agir com estratégia e inteligencia para resolver um problema existente na TI há grande chance de causar outros os problemas. E como se não bastasse em 4 dias também entendeu que não tem as skills necessárias para liderar a TI. Um ser superior, claro. Esse é um problema na cronologia do livro.
Bill, pede demissão, mas Steve volta atrás e contrata ele novamente. Isso reforça a observação lá no inicio que fizemos. Posições executivas em grandes corporações não são preenchidas apenas por competência, mas também envolvem elementos de confiança e amizade, fato que o livro não aborda explicitamente. Faça o exércicio mental ai, pede demissão amanhã e vê se daqui quatro dias eles te chamam de volta. Não estou dizendo que não são competentes ou que não há mérito, mas que a história do motoboy que vira presidente é exceção, enquanto que a regra é outra. Uma evidência dessa dinâmica é que Steve possui o numero da esposa de Bill. E conversa com ela para persuadir Bill a reconsiderar sua posição.
O autor visita novamente o tema da família, após a demissão é o assunto óbvio, porém agora com uma ênfase maior no salário e nas consequências que a decisão de Bill de pedir demissão causa sobre sua família. Bill é retratado em uma situação muito semelhante à de muitos de nós: filhos para criar, contas para pagar, uma casa financiada, além de ser responsável pelas despesas de escola e planejamento do futuro de seus filhos.
Será que é possivel pedir demissão e ainda assim dormir tranquilamente durante quatro dias? Apenas em um romance. Na vida real, alguém em tal posição e em plena consciência não iria dormir tranquilo após pedir demissão. No melhor dos casos, estaria simplesmente substituindo a preocupação de "Como vou lidar com esse chefe babaca?" - por outro - "Como vou pagar as contas do próximo mês?".
Para nós, no mundo real, estou certo que é muito fácil decidir qual dos dilemas enfrentar.
Para a história, no entanto, a atitude de Bill funciona como um atalho narrativo. Sua ausência permite que Steve cometa erros, e seu retorno triunfante estabelece uma nova dinâmica de respeito e reconhecimento em seu favor. Esse mesmo formato de atalho é personificado na figura de Erik, entregando respostas prontas.
Finalmente, no capítulo 21, ocorre um dos momentos mais relevantes. Através do diálogo entre John e Erik, o autor ilustra como a segurança deve ser inserida na sigla DevSecOps: de maneira preventiva, desde a fase de projeto, e não após o produto estar em produção. Esta abordagem põe em evidencia o estereótipo da área de segurança, como um time que só atrapalha. Quem nunca ouviu a piada que time de operações e banco de dados odeiam os desenvolvedores e todos odeiam o time de segurança.